Celui que j’aime

Celui que j’aime c’est…

Celui de mes beaux rêves d’anges venu pour garder mes sommeils profonds.

Celui avec qui le monde se rend plus vigoureux et moins dangereux.

Celui dont l’âme, la mienne a lié confiance.

Celui qui fait entraîner en moi les rêves les plus ravissants que je n’ai jamais goûtés.

Celui avec qui les merveilles et les vérités se mêlent délicieusement.

Celui à qui j’ai réussi montrer mon âme nue et découverte.

Celui devant lequel j’ai pu tomber en silencieux sanglots sans explications à donner.

Celui dont un seul regard est suffisant pour tout comprendre.

Celui que j’aime c’est toi…

Toi, qui as fait disparu mes chagrins, mes douleurs et mes demons.

Toi, qui as rempli entièrement mon destin de sens.

Toi, qui as donné à ma vie des raisons pour être vécue.

Toi, qui m’as apporté les plus douces nues et les plus fructueuses pluies.

Toi, qui fais renaître en moi chaque jour les flammes de l’amour.

Je remercie à toi qui m’a ouvert les yeux aux beautés de la vie qu’auparavant étaient interdites d’apprécier à cause de mon infinite angoisse aveuglante.

Lorenzo Baroni Fontana

Published in: on 30 septembre 2010 at 19 h 06 min  Comments (1)  

Primavera

Um raio de sol invadiu soberano minha janela e, prepotente, me veio acordar pela força do seu calor. Junto a ele, chegam todos os aromas tropicais e o cantar muito mais feliz de todos os pássaros calados pelo inverno. São os sinais da Nossa Realeza anunciando a passagem natural de mais um ciclo. O astro rei imporá sua presença poderosa e demorada ao longo de cada jornada, e eu me esconderei mais, temeroso de suas agressões.

É chegada a hora de abrir os céus àqueles que estão sedentos da seiva frutífera escassa da antiga estação, e de espalhar as fúrias da ira de Nossa Realeza àqueles que bordeiam as intermediações destemperadas. A primeira trará a bonança aos corações ressequidos dos honrosos homens de terra, que, ainda por a destruírem, são regalados pela bondade eterna de Nossa Realeza. O segundo trará desassossego e os germes da desgraça como castigo da depredação.

Assim é a Natureza: protege agora uns com seu manto de bondade para depois lançar toda a sua rudeza a quem sempre merece. Não vos pondes contra a Rainha absoluta do universo, antes aceitai complacentemente todas as suas regras. Se assim Ela deseja, eu parto em busca de novos ambientes que amenizem o meu desconforto eterno, aumentado pela força bruta da sua possante vontade de tornar mais cálido o ambiente.

Quero teus ventos, teus aguaceiros e tuas amenidades, primavera! Segue a tua estrada florida que nos meus braços tu és sempre muito bem-vinda. Escapando de ti ou ao teu encontro, com meus amores e meus ódios, eu te pertenço porque tu és parte da manifestação da minha única Rainha, a Natureza.

Lorenzo Baroni Fontana

Published in: on 22 septembre 2010 at 17 h 07 min  Comments (4)  

Minuit de ma vie V

Pourquoi suis-je si nuageux?

C’est peut-être parce que je montre ma nature réelle, sans masques, et on sait que la nature humaine est intrinsèquement triste. Je me montre donc tout humain.

Chanson de Lizz Wright, album The Orchard, sorti en 2008.

Lorenzo Baroni Fontana

Published in: on 11 septembre 2010 at 11 h 26 min  Comments (3)  

Minuit de ma vie IV

O futuro me chega aos poucos, garoando o presente sem encharcá-lo. É uma inexplicável sensação de estar vivendo o passado e o futuro em um mesmo instante. O que me foi grita, se desacortina aos meus olhos, me puxa, me cobra e me faz enxergar as facetas que eu nunca vi. Eu apenas as vejo agora porque não as freqüento mais. Como é mais fácil perceber o que passou: estar de volta ao passado e revisitá-lo como se eu fosse um turista que o aprecia de longe, sem contatos íntimos e sem nenhuma ligação vital, como se aquilo não mais me pertencesse e fosse tão somente um ingrediente que a vida me ofereceu para eu construir o meu caráter.

O passado que se me apresenta colorido, jovial, pleno de vitalidade para acolher meu possível futuro esbraveja fôlego em se exibindo capaz. É uma segurança manter o seu cortejo e saber que ele ainda se pode transformar para me acolher. Mas não existe, porém, força nenhuma capaz de controlar o futuro que bate ansioso e furioso minha porta, ordenando para que eu abra e o receba.

Há uma pulsão que se fortifica em mim, dia após dia, que esboça a aceitação desse futuro. Todos os futuros são jovens e renovadores, mas eu nunca havia tido tanta consciência disso como tenho hoje diante deste futuro. Ele não se mascara atrás de falsas expectativas como antes; ele se mostra tal como é: verdadeiro e provocante, charmoso e trabalhoso.

A névoa é fina, sutil e delicada, mas é capaz de obscurecer tudo para não deixar as proximidades ao alcance do olhar. Ela se esboça e se materializa através do mistério, nunca deixa de influenciar o presente com sua graciosa umidade. O futuro me umedece e se esconde misterioso, porém verdadeiro, genuíno. Algumas percepções mudam assustadoramente em um curto espaço de tempo. Afinal, o que é para qualquer um o mundo senão a percepção de si mesmo e de tudo que com si mesmo se relaciona em um dado tempo e espaço geográfico? Mudar essas variáveis é justamente mexer nas percepções. E a percepção que eu tenho é a de que há um mundo cheio de futuros que me afloram tão sólidos e tão sentimentais que eu não poderei resistir.

Lorenzo Baroni Fontana

Published in: on 3 septembre 2010 at 9 h 07 min  Comments (2)