Lettre à Sandra Regina

Detesto, sobretudo, aqueles conformados de sua sorte, aqueles que, por algum dogma irracional, postergam a própria felicidade e tudo o mais que a ela possa conduzir. E assim os detesto porque não vislumbro mais por que meios poderia eu esclarecê-los desta verdade, de que infelicidade não é preço a se pagar.

Esta impotência minha, entretanto, me abre as luzes de que não disponho de poder suficiente a cambiar qualquer ação de outrem, de que o amor genuíno é aquele que conforma esta verdade essencial dentro dele.

E por pura natureza humana, convivo e assumo esta dialética, de que não se pode conviver senão em constante atrito com vistas a atingir um determinado equilíbrio. Em decorrência disso, afirmo que detesto porque amo, mas as idiossincrasias do detestar ainda não se acomodaram ao amor.

Lorenzo Baroni Fontana

Published in: on 16 avril 2011 at 1 h 01 min  Laissez un commentaire